Como prometido, aqui fica a entrevista à Capitã da nossa equipa, Marta Faria. Irmã do conhecido jogador Hugo Faria, filha do Sr. Faria, diretor desportivo do clube e delegado da equipa feminina, será caso para dizer que a "bola", está nos genes!
Martinha, fala-nos um pouco de ti..
- De um modo resumido, tenho 24 anos, e estou neste momento a exercer a
minha profissão como farmacêutica aqui, em São Brás de Alportel. Por isso no pouco tempo tempo livre que me
resta gosto de coisas simples, treinar,
ir ao café com os amigos, passear, estar com a família e de assistir a um bom
filme.. Considero-me uma pessoa bastante
reservada, e por isso calma, que procura ser sempre o mais justa possível. Por
outro lado consigo ser uma pessoa bastante teimosa e indecisa.
Como entrou
o futsal na tua vida?
- Primeiro do que o futsal, foi o futebol que
entrou na minha vida, muito graças ao meu irmão. Desde cedo que começei a ir
todos os fins-de-semana com os meus pais vê-lo jogar e logo aí a bola começou a
fazer parte da minha vida. A descoberta
do futsal deu-se tinha eu 11 anos, através do desporto escolar. O meu
professor de Educação Fisica de então e
treinador da equipa da escola era simultaneamente treinador de uma equipa aqui
perto, tendo na altura me convidado a fazer parte da equipa.
Qual o teu percurso
como jogadora de futsal até ao momento?
- A minha primeira época como federada aconteceu,
se não me engano, em 2000/2001, e desde
aí que sempre representei o G.D.C. Machados.
Quais as
dificuldades com que já te deparaste ao longo da tua carreira?
- O meu percurso inicialmente foi um pouco
complicado, visto que a equipa com que treinava era uma equipa sénior e eu
tinha apenas 11 anos. Não havia
competição de Juniores, e até completar 13 anos ainda tentei várias vezes obter
uma autorização médica especial para poder competir no campeonato Sénior, mas
sem sucesso. Actualmente as dificuldades com que me deparo são essencialmente de ordem
profissional, visto em alguns momentos ser complicado conseguir concíliar treinos
/ jogos / trabalho, o que por vezes se torna bastante desmotivador.
Qual foi o momento
mais marcante e que ficou na memória, enquanto jogadora de futsal?
- O momento mais marcante, talvez também por ser o
mais recente, foi pela negativa e aconteceu no jogo da meia-final da Taça contra o Centro de
Alte, ao ter falhado o penalti que daria a vitória à equipa.
Reconheces que a
estrutura do setor do futsal feminino na Associação do Algarve tem algumas
carências? Se sim, quais?
- É com
bastante pena minha que vejo de ano para ano as equipas em competição diminuirem,
trazendo com isso um decréscimo da competitividade, que aos poucos e poucos
está a 'condenar' a competição. Mais do que carências, existe um total
desconhecimento por parte da Associação daquilo que é a realidade do Futsal
Feminino no contexto da sociedade actual. Hoje em dia, é nos impossível fugir da questão
monetária, sendo que os clubes passam por grandes dificuldades económicas, para
inscreverem e conseguirem manter as equipas a competir. É importante que a
Associação consiga arranjar formas de se auto-sustentar, ao invés de se
financiarem através dos clubes, quer seja no preço exagerado da inscrição da equipa
e jogadoras quer seja através da constante aplicação de multas aos clubes por
tudo e por nada. Outro dos pontos que vale a pena destacar, a meu ver, e que
reflete o não conhecimento da realidade do Futsal Feminino é o facto da
Associação continuar a exigir o acompanhamento policial, em jogos que pouco ou
nada o exigem, sendo que em cada jogo em casa é uma despesa de cerca de 100€ para o
clube.
No fundo era sobretudo importante que a
Associação estivesse interessada em rever certos aspectos relativo aos regulamentos
da competição feminina.
Esta época não foi
de encontro aos objetivos da equipa. Que balanço fazes desta época desportiva?
Quais foram os aspetos positivos e negativos?
- Esta época em virtude da chegada de novos
elementos à nossa equipa, quer ao nível de jogadoras, quer ao nível da equipa
técnica, procurámos estabelecer objectivos mais altos, relativamente às últimas
épocas. No entanto, o resultado final da época não foi de encontro com as
nossas expectativas, sendo que não conseguimos no campeonato manter a
regularidade que demonstrámos no Torneio de Abertura. O mesmo aconteceu no jogo
da Taça em que fomos surpreendidas pela equipa do Centro de Alte, ficando por
terra o nosso sonho de chegar à final da Taça do Algarve. Ou seja, olhando para
o que foi esta época desportiva, falhámos nos jogos mais importantes, porque
depois de termos sido a única equipa a
discutir o jogo cara-a-cara com o primeiro classificado, fomos empatar
em Lagoa o que nos deixou completamente sem possibilidades, e em grande parte desmotivadas
para o resto do campeonato. Relativamente aos aspectos posítivos, tenho a
destacar o excelente grupo que conseguimos contruir este ano, tanto em termos
de união , companheirismo, e apoio entre todas as atletas e equipa técnica.
Quais as tuas
ambições no futsal e o que te continua a manter motivada para continuar?
- As minhas ambições no futsal passam em qualquer época e em primeiro
lugar por me conseguir manter afastada de lesões, que me impeçam de treinar e
até mesmo de jogar. Outra das ambições e que ao mesmo tempo me mantém motivada é o facto continuar a
conseguir retirar de cada treino e de cada jogo o maior prazer possível. Porque
é a jogar futsal que me consigo abstrair de tudo aquilo que me ocupa. Enquanto
isso acontecer vou sempre continuar !
Que futuro e expetativas para a equipa na
próxima época?
. Relativamente ao futuro da equipa,
já foi dito pelo Presidente, que a direção vai fazer de tudo para
continuar a manter a equipa em competição. Acontecendo isto, espero e gostava
muito que conseguíssemos manter a equipa actual, havendo sempre espaço para
quem se queira juntar a nós ajudando-nos
a melhorar. Por fim, esperamos conseguir na próxima época, como é óbvio, traduzir finalmente na tabela classificativa
o nosso verdadeiro valor, procurando entrar em cada jogo que disputarmos com o
objectivo de o vencer.
Em breves palavras,
o que significa para ti, representar o GDC Machados?
- Para mim, representar o GDC Machados significa representar um clube que não vi
nascer, mas que vi crescer... Crescer com o esforço e a dedicação incansável de
muitas pessoas, mas sobretudo de uma pessoa que já não está entre nós. Em cada
jogo acreditem não me é facil dissociar o facto do nosso Presidente ter
literamente dado a vida por este Clube. É
esse pensamento que procuro transmitir em cada jogo; lutar cada segundo
e cada lance em prol da equipa e dessa forma dignificar o G.D.C. Machados.
Uma palavrinha a
quem nos segue e acompanha..
- Em primeiro lugar, quero agradecer à nossa Mister
Patricia, porque embora todas a limitações profissionais sempre soubemos que
ela estava lá, à nossa Mister e colega
Anokas, pelos dias de treinos que nos foi aturar, mesmo que aquele fosse o
último lugar onde ela quisesse estar, ao nosso Mister Tiago, pela inovação e
trabalho desenvolvido com as nossas G.Redes, ao nosso Delegado que nos
acompanhou sempre nos jogos, a todas as Maxadinhas, pelos bons momentos desta
época, que continuem por muito mais tempo, e por fim mas igualmente importante,
quero agradecer em nome da equipa a todos os que nos acompanharam e nos apoiaram
nos jogos. É ótimo estar a jogar e ter
o vosso apoio na bancada, por isso que
continuem sempre a apoiar e a acompanhar o Futsal Feminino.
Por fim, mas não menos importante gostaria que
deixar bem claro que é um Orgulho ser capitã desta equipa. Obrigada.
Curiosidades:
Posicão: Universal
Número: 6
Ídolo: Meu irmão
Comida preferida : Bacalhau com Natas
Filme marcante: Favores em Cadeia
Lema: " Não somos melhores, nem piores; somos assim."
Martinha, muito obrigada pela disponibilidade e por nos dares a tua opinião pessoal sobre alguns temas atuais e por te dares a conhecer um pouco melhor a quem nos acompanha. É um prazer para todas nós ter-te como capitã, colega de equipa e amiga, Obrigada :)
Sao as melhores Machadinhas olé :D
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