terça-feira, 17 de abril de 2012

MARTA FARIA EM DISCURSO DIRETO

Como prometido, aqui fica a entrevista à Capitã da nossa equipa, Marta Faria. Irmã do conhecido jogador Hugo Faria, filha do Sr. Faria, diretor desportivo do clube e delegado da equipa feminina, será caso para dizer que a "bola", está nos genes!



Martinha, fala-nos um pouco de ti..
De um modo resumido, tenho 24 anos, e estou neste momento a exercer a minha profissão como farmacêutica aqui, em São Brás de Alportel. Por isso no pouco tempo tempo livre que me resta gosto de coisas simples,  treinar, ir ao café com os amigos, passear, estar com a família e de assistir a um bom filme.. Considero-me uma pessoa bastante reservada, e por isso calma, que procura ser sempre o mais justa possível. Por outro lado consigo ser uma pessoa bastante teimosa e indecisa.

Como entrou o futsal na tua vida?
- Primeiro do que o futsal, foi o futebol que entrou na minha vida, muito graças ao meu irmão. Desde cedo que começei a ir todos os fins-de-semana com os meus pais vê-lo jogar e logo aí a bola começou a fazer parte da minha vida.  A descoberta do futsal deu-se tinha eu 11 anos, através do desporto escolar. O meu professor  de Educação Fisica de então e treinador da equipa da escola era simultaneamente treinador de uma equipa aqui perto, tendo na altura me convidado a fazer parte da equipa.

Qual o teu percurso como jogadora de futsal até ao momento?
- A minha primeira época como federada aconteceu, se não me engano, em 2000/2001, e desde aí que sempre representei o G.D.C. Machados.


Quais as dificuldades com que já te deparaste ao longo da tua carreira?
O meu percurso inicialmente foi um pouco complicado, visto que a equipa com que treinava era uma equipa sénior e eu tinha apenas  11 anos. Não havia competição de Juniores, e até completar 13 anos ainda tentei várias vezes obter uma autorização médica especial para poder competir no campeonato Sénior, mas sem sucesso. Actualmente as dificuldades com que me deparo são essencialmente de ordem profissional, visto em alguns momentos ser complicado conseguir concíliar treinos / jogos / trabalho, o que por vezes se torna bastante desmotivador.

 Qual foi o momento mais marcante e que ficou na memória, enquanto jogadora de futsal?
O momento mais marcante, talvez também por ser o mais recente, foi pela negativa e aconteceu no jogo da  meia-final da Taça contra o Centro de Alte, ao ter falhado o penalti que daria a vitória à equipa.

Reconheces que a estrutura do setor do futsal feminino na Associação do Algarve tem algumas carências? Se sim, quais?
 É com bastante pena minha que vejo de ano para ano as equipas em competição diminuirem, trazendo com isso um decréscimo da competitividade, que aos poucos e poucos está a 'condenar' a competição. Mais do que carências, existe um total desconhecimento por parte da Associação daquilo que é a realidade do Futsal Feminino no contexto da sociedade actual. Hoje em dia, é nos impossível fugir da questão monetária, sendo que os clubes passam por grandes dificuldades económicas, para inscreverem e conseguirem manter as equipas a competir. É importante que a Associação consiga arranjar formas de se auto-sustentar, ao invés de se financiarem através dos clubes, quer seja no preço exagerado da inscrição da equipa e jogadoras quer seja através da constante aplicação de multas aos clubes por tudo e por nada. Outro dos pontos que vale a pena destacar, a meu ver,  e que  reflete o não conhecimento da realidade do Futsal Feminino é o facto da Associação continuar a exigir o acompanhamento policial, em jogos que pouco ou nada o exigem, sendo que em cada jogo em casa é uma despesa de cerca de 100€ para o clube.
No fundo era sobretudo importante que a Associação estivesse interessada em rever certos aspectos relativo aos regulamentos da competição feminina.


Esta época não foi de encontro aos objetivos da equipa. Que balanço fazes desta época desportiva? Quais foram os aspetos positivos e negativos?
Esta época em virtude da chegada de novos elementos à nossa equipa, quer ao nível de jogadoras, quer ao nível da equipa técnica, procurámos estabelecer objectivos mais altos, relativamente às últimas épocas. No entanto, o resultado final da época não foi de encontro com as nossas expectativas, sendo que não conseguimos no campeonato manter a regularidade que demonstrámos no Torneio de Abertura. O mesmo aconteceu no jogo da Taça em que fomos surpreendidas pela equipa do Centro de Alte, ficando por terra o nosso sonho de chegar à final da Taça do Algarve. Ou seja, olhando para o que foi esta época desportiva, falhámos nos jogos mais importantes, porque depois de termos sido a única equipa a  discutir o jogo cara-a-cara com o primeiro classificado, fomos empatar em Lagoa o que nos deixou completamente sem possibilidades, e em grande parte desmotivadas para o resto do campeonato. Relativamente aos aspectos posítivos, tenho a destacar o excelente grupo que conseguimos contruir este ano, tanto em termos de união , companheirismo, e apoio entre todas as atletas e equipa técnica.

Quais as tuas ambições no futsal e o que te continua a manter motivada para continuar?
As minhas ambições no futsal passam em qualquer época e em primeiro lugar por me conseguir manter afastada de lesões, que me impeçam de treinar e até mesmo de jogar. Outra das ambições e que ao mesmo tempo  me mantém motivada é o facto continuar a conseguir retirar de cada treino e de cada jogo o maior prazer possível. Porque é a jogar futsal que me consigo abstrair de tudo aquilo que me ocupa. Enquanto isso acontecer vou sempre continuar !

Que futuro e expetativas para a equipa na próxima época?
Relativamente ao futuro da equipa,  já foi dito pelo Presidente, que a direção vai fazer de tudo para continuar a manter a equipa em competição. Acontecendo isto, espero e gostava muito que conseguíssemos manter a equipa actual, havendo sempre espaço para quem  se queira juntar a nós ajudando-nos a melhorar. Por fim, esperamos conseguir na próxima época, como é óbvio, traduzir finalmente na tabela classificativa o nosso verdadeiro valor, procurando entrar em cada jogo que disputarmos com o objectivo de o vencer.

Em breves palavras, o que significa para ti, representar o GDC Machados?
Para mim, representar o GDC Machados significa representar um clube que não vi nascer, mas que vi crescer... Crescer com o esforço e a dedicação incansável de muitas pessoas, mas sobretudo de uma pessoa que já não está entre nós. Em cada jogo acreditem não me é facil dissociar o facto do nosso Presidente ter literamente dado a vida por este Clube. É  esse pensamento que procuro transmitir em cada jogo; lutar cada segundo e cada lance em prol da equipa e dessa forma dignificar o G.D.C. Machados.


Uma palavrinha a quem nos segue e acompanha..
Em primeiro lugar, quero agradecer à nossa Mister Patricia, porque embora todas a limitações profissionais sempre soubemos que ela estava lá,  à nossa Mister e colega Anokas, pelos dias de treinos que nos foi aturar, mesmo que aquele fosse o último lugar onde ela quisesse estar, ao nosso Mister Tiago, pela inovação e trabalho desenvolvido com as nossas G.Redes, ao nosso Delegado que nos acompanhou sempre nos jogos, a todas as Maxadinhas, pelos bons momentos desta época, que continuem por muito mais tempo, e por fim mas igualmente importante, quero agradecer em nome da equipa a todos os que nos acompanharam e nos apoiaram nos  jogos. É ótimo estar a jogar e ter o vosso apoio na bancada, por isso que  continuem sempre a apoiar e a acompanhar o Futsal Feminino.
Por fim, mas não menos importante gostaria que deixar bem claro que é um Orgulho ser capitã desta equipa. Obrigada.

Curiosidades:
Posicão: Universal
Número: 6
Ídolo: Meu irmão
Comida preferida : Bacalhau com Natas
Filme marcante: Favores em Cadeia
Lema:   Não somos melhores, nem piores; somos assim." 




Martinha, muito obrigada pela disponibilidade e por nos dares a tua opinião pessoal sobre alguns temas atuais e por te dares a conhecer um pouco melhor a quem nos acompanha. É um prazer para todas nós ter-te como capitã, colega de equipa e amiga, Obrigada :)




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